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Joana tem 25 anos, vive atualmente com o companheiro Gonçalo, de 27, no Magoito, uma aldeia na zona de Sintra.
Ambos decidiram desde cedo procurar habitação num sítio que os fizesse sentir de férias quando chegassem a casa do trabalho.
No processo de escolha o valor da casa estava sempre em primeiro lugar.
Joana e Gonçalo começaram a trabalhar e a juntar dinheiro para comprarem uma casa há não muito tempo, relativamente há dois anos.
Durante esse tempo o dinheiro que conseguiram reunir ainda não era suficiente, nem para comprar, nem para alugar. Assim sendo uma casa no centro de Lisboa ficou sem efeito e a procura destinou-se a outras localidades.
Foi no início do ano que o jovem casal encontrou o seu cantinho. Um T1, com jardim, no Magoito.
Se era em Lisboa? Não. Mas depois de muita procura esta foi a melhor solução que ambos descobriram.
Porém estamos no mês de abril, quatro meses já se passaram desde a compra da casa e a decisão agora é outra.
Inflação, aumento dos preços dos alimentos, e um medo enorme do aumento do preço da renda.
Os jovens não tiveram mãos a medir e optaram por se candidatar ao projeto Porta 65.

Joana Costa

Não sabemos o dia de amanhã e esta é uma ajuda que é bem vinda.                                                                                            

​O casal, a pagar uma renda de 550 euros, vive na incerteza do aumento da mesma. Mês após mês, o coração aperta sempre mais um pouco, mas a esperança de serem aceites no programa da Porta 65 é uma constante. Para Joana e Gonçalo, a ajuda financeira iria permitir-lhes juntar dinheiro para mais tarde construir a sua própria casa. Um sonho já antigo.

A situação da habitação em portugal está a tornar-se num dos maiores impasses na vida dos jovens. Estes já ponderam duas vezes entre comprar casa ou continuar na casa dos pais. Para que Joana e Gonçalo iniciassem o seu projeto de vida, Gonçalo esperou até a companheira arranjar trabalho. Só desta forma, isto é, só os dois tendo um emprego estável é que lhes seria possível garantirem uma habitação.

Nós trabalhamos para pagar as coisas. Não sobra muito mais, nem tempo nem dinheiro.

Joana Costa

Projetos que ficam para segundo plano, atividades que se deixam de fazer devido aos preços excessivos que se paga pela habitação. Entre conversas e troca de opiniões com amigos, a jovem diz que este é um dos problemas para a grande maioria. “Tenho uma amiga minha que nem para jantar fora lhe sobra dinheiro”, conta-nos.

A questão que se coloca é: “Trabalhar para viver” ou “Viver para trabalhar”?

E daqui a dez anos como será?
Joana e Gonçalo mantêm-se positivos. O caminho continua com sonhos e objetivos a cumprir. Um passo de cada vez. Com calma, pois “neste país é devagar devagarinho”.

Daqui a quatro meses sabem a resposta à candidatura do Porta 65 Jovem. Até lá sujeitam-se a que a renda da casa onde estão a viver suba de preço.

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